Por - Gilberto Nascimento |
O banqueiro Daniel Dantas se livrou de investigações e provas sobre a presença de brasileiros no Opportunitty Fund nas Ilhas Cayman após ameaçar integrantes do governo Fernando Henrique (PSDB). Uma série de e-mails com recados e ameaças foram enviados por Dantas e pelo lobista e consultor de empresas Roberto Amaral a assessores de FHC e do então candidato à presidência José Serra, em 2002. Detalhes e documentos inéditos sobre essas ações estão no livro “Operação Banqueiro” (Editora Geração, 464 páginas), do repórter da Folha de S.Paulo Rubens Valente, que chega hoje às livrarias. Entre 2008 e 2012, o jornalista analisou minuciosamente oito mil interceptações telefônicas feitas pela PF, com autorização da Justiça, na Operação Satiagraha.
O livro também é resultado de investigações feitas pelas operações Banestado e Chacal e pela CPI dos Correios, nas quais Dantas, de um jeito ou de outro, esteve envolvido. Em 2008, o banqueiro foi preso pelo delegado Protógenes Queiroz, por ordem do juiz Fausto De Sanctis, sob suspeita de crimes financeiros e lavagem de dinheiro. Foi conduzido para uma cela comum, mas logo libertado por determinação do então presidente do STF, Gilmar Mendes. Ele concedeu dois habeas corpus em favor de Dantas, em tempo recorde. Em outros e-mails, Dantas e Amaral afirmam que, no final do governo FHC, Mendes teria apoiado teses jurídicas levantadas no Judiciário pelo grupo Opportunity e pela empresa Brasil Telecom. No livro, há relatos de advogados do banco comemorando a estratégia que deu certo no caso dos habeas corpus e detalhando como teses jurídicas deveriam ser aceitas.
A aproximação do PT
Daniel Dantas se disse “perseguido” pelo PT, mas o livro “Operação Banqueiro” mostra como ele procurou se aproximar dos petistas ao contratar advogados próximos ao partido, como Luiz Eduardo Greenhalg, José Luiz Oliveira Lima e Antonio Carlos de Almeida Castro. Também tentou se ligar à Gamecorp, empresa de Fábuio Luís da Silva, filho de Lula.
Estratégia apimentada de campanha
A comunicação na internet da campanha da presidente Dilma Rousseff à reeleição é alvo de disputa dentro do PT. Ministro-chefe da Secretaria de Comunicação do governo Lula, o jornalista Franklin Martins havia apresentado um projeto recusado por dirigentes partidários em uma reunião tensa. Com o apoio de João Vaccari e Alberto Cantalice, a empresa escolhida acabou sendo a Pepper, de onde teria saído o apimentado texto publicado contra Eduardo Campos (PSB).
A espera de uma decisão de Campos
Pré-candidato à Presidência, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), ainda não anunciou quem será o candidato do partido à sua sucessão. A indefinição tem alimentado as disputas internas. Surgem como favoritos os secretários da Casa Civil, Tadeu Alencar, e da Fazenda, Paulo Câmara. Outro nome forte é o do ex-ministro da Integração Nacional Fernando Bezerra Coelho. A candidatura mais natural seria a do vice-governador João Lyra Neto, que deve se tornar governador com a renúncia de Campos para disputar a eleição nacional. Outros três secretários do governo correm por fora pela indicação de Campos.
PDT deve estar ao lado de Wagner na Bahia
Em reunião em São Paulo, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, afirmou que o partido deverá confirmar o apoio ao PT na Bahia. Os pedetistas disputam com o PP quem vai indicar o vice na chapa de Rui Costa, candidato do governador Jaques Wagner. O candidato da coligação ao Senado deve ser Otto Alencar (PSD), atual vice-governador
“Acho que o tribunal está no papel dele de fiscalizar. Temos que prestar as informações. É uma coisa que mexe com a cidade toda. Temos que fazer bem feito”
Jilmar Tatto, secretário municipal de Transportes de São Paulo, sobre a decisão que barra novos corredores de ônibus
* Com Leonardo Fuhrmann e Patrycia Monteiro Rizzotto
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