segunda-feira, 11 de agosto de 2014


Nos EUA, casal transgênero tem 'pai grávido' e mãe drag queen

Do UOL, em São Paulo
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  • Reprodução/Daily Mail
    Bianca Bowser (esq.), 32, que trabalha como drag queen, nasceu como 'Jason'. Já Nick Bowser, 27, nasceu como 'Nicole', e ficou ''grávido'' duas vezes Bianca Bowser (esq.), 32, que trabalha como drag queen, nasceu como 'Jason'. Já Nick Bowser, 27, nasceu como 'Nicole', e ficou ''grávido'' duas vezes
Um casal transgênero do Kentucky, nos Estados Unidos, resolveu conceber dois filhos usando suas identidades sexuais originais. O pai, nascido mulher, ficou "grávido", enquanto ela, que nasceu homem, é chamado de "mãe" pelas crianças". Assim, eles não precisaram recorrer à adoção nem barriga de aluguel.
Bianca Bowser, 32, que trabalha como drag queen, nasceu como "Jason", e decidiu assumir a identidade transgênera como mulher há 11 anos. Já Nick Bowser, 27, nasceu como "Nicole", mas vive há sete anos como se fosse um homem. Os dois vivem juntos desde 2009.
Ambos mantiveram os órgãos sexuais originais porque não puderam arcar com cirurgias de mudança de sexo. Segundo o "Daily Mail", uma cirurgia para transformar o órgão masculino em feminino pode custar até R$ 57 mil. Já a cirurgia para mudar o órgão feminino para masculino é mais cara: pode custar até R$ 114 mil.
Como queriam ter filhos, Nick ficou "grávido" da mulher, Bianca. Os dois são pais de Kai, 3, e Pax, que ainda vai completar um ano. Justamente pela pouca idade dos filhos, eles ainda não contaram às crianças sobre a "troca de papéis". "As crianças atualmente não têm ideia. E estranhos nunca desconfiam em restaurantes ou lojas", diz Bianca.
O casal diz que pensa em contar a verdade aos dois quando Pax tiver por volta de 6 anos e Kai, 9, "idade suficiente para entenderem" a situação.
"Não me preocupo como eles vão reagir. Não tratamos isso como algo ruim. E crianças pequenas tentem a ser compreensivas e sem preconceito", acredita Bianca.
Reprodução/Daily Mail
Bianca (esq.), segura o filho Pax, que tem menos de 1 ano; Nick carrega Kai, 3
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Concurso de beleza transexual e travesti é realizado na Tailândia13 fotos

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1º.nov.2013 - A ganhadora do concurso de beleza transexual e travesti Miss Rainha Internacional 2013 foi a candidata brasileira, Marcela Ohio. O evento foi realizado no teatro Tiffany"s Show de Pattaya, na Tailândia, nesta sexta-feira (1º). Um total de 23 candidatas de 17 países participaram do concurso Narong Sangnak/EFE

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domingo, 10 de agosto de 2014

Crescem os casos de filhos com 'pais em dobro' na certidão de nascimento



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"Quero ter o nome dos dois, porque os dois são meus pais." A frase, dita por uma criança durante um processo de reconhecimento de paternidade, pegou de surpresa a promotora Priscila Matzenbacher, de Rondônia.
Tudo começou após a criança, aos seis anos, descobrir pela mãe que seu pai biológico era outro –não aquele com quem convivia. Anos depois, o genitor foi à Justiça para mudar a certidão.
Ao saber que um dos "pais" sairia do registro, a garota começou a chorar. "Constatei que havia ali uma multiparentalidade", diz a promotora.
Diante do impasse, veio o pedido: reconhecer ambos oficialmente como pais. Uma alternativa que tem ganhado força em diversos tribunais.
Aos poucos, mais filhos recorrem à Justiça para ter, na certidão de nascimento, o nome de uma mãe e dois pais –ou de um pai e duas mães.
A maioria das decisões é relativa à paternidade. São casos em que os filhos foram criados pelos "pais afetivos" –sem perder o vínculo com os pais biológicos.
Segundo o IBDFAM (Instituto Brasileiro de Direito de Família), o primeiro reconhecimento dos "pais em dobro" ocorreu em março de 2012, também em Rondônia.
Editoria de Arte/Folhapress
De lá para cá, a Folha encontrou ao menos outras 18 ações que tiveram resultados semelhantes, distribuídas em 12 Estados. Todos os processos correm em sigilo.
"Antes uma coisa excluía a outra. Se colocava o nome de um pai, excluía o outro. E aí se chegou à visão mais moderna, de que não preciso julgar e escolher entre um deles, posso somar", diz Rodrigo Pereira, presidente do IBDFAM.
Segundo ele, o instituto planeja pedir ao Conselho Nacional de Justiça que regulamente a medida e autorize os cartórios a incluir, por conta própria, "duplos pais" no registro –sem que precisem do aval de um juiz para isso.
 
REGISTRO TRIPLO
Com a inclusão de um segundo pai –ou mãe– na certidão, os filhos podem alterar o sobrenome e receber pensão alimentícia e herança. Também podem ser incluídos no plano de saúde.
"Muitos ainda consideram loucura. Mas a Justiça não está criando nada, só está reconhecendo uma situação que já existe", diz Matzenbacher.
Apesar de positivo, o avanço no reconhecimento das famílias "multiparentais" traz o risco de "casos oportunistas", afirma o advogado Christiano Cassettari, estudioso do tema.
"Muitas pessoas podem querer ter mais um pai só para conseguir melhor condição financeira", afirma ele.