domingo, 7 de dezembro de 2014

Hiroo Onoda, o soldado japonês que se escondeu na selva por quase 30 anos


Hiroo Onoda morreu tranquilamente em Tóquio aos 91 anos, no dia 17 de janeiro de 2014. Nada mais corriqueiro, a não ser que este antigo soldado japonês viveu escondido na selva das Filipinas até 1974, pensando sempre que a Segunda Guerra Mundial ainda não tinha acabado.
Durante quase 30 anos depois da capitulação do império nipônico, este oficial dos serviços secretos, especializado em técnicas de guerrilha, viveu escondido na ilha filipina de Lubang, perto de Luzon. No coração da selva ele continuou a lutar contra um inimigo que já não estava lá, contra os insetos, contra a  malária, tudo  pelo Imperador, dando provas do incrível espírito de sacrifício japonês e de uma obediência total, que faz lembrar o "obushido", o código de honra dos samurais.
Hiroo Onoda
Hiroo Onoda, depois de ser convencido de que a Segunda Guerra Mundial havia terminado.

Hiroo Onoda nasceu em 19 de março de 1922, em Kainan, Wakayama, na região central do Japão, sendo um dos sete filhos de Tanejiro e Tamae Onoda. Aos 17 anos ele foi trabalhar para uma empresa comercial em Wuhan, na China, ocupada pelas forças japonesa desde 1938. Em 1942 ele se juntou ao exército japonês, foi destacado para o treinamento especial e frequentou a Escola Nakano, centro de treinamento do Exército para oficiais de inteligência. Onoda estudou a táticas de guerrilha, filosofia, história, artes marciais, propaganda e operações encobertas.

Onoda tinha sido enviado para as Filipinas em 1944 com uma ordem formal: nunca se render e manter-se firme até à chegada de reforços. Juntamente com mais três soldados, obedeceu a estas instruções durante os anos que se seguiram ao fim do conflito, ignorando que os combates tinham terminado.
A existência destes quatro homens só foi conhecida em 1950, quando um deles decidiu sair da floresta e regressar ao Japão. Foi então possível largar por avião mensagens a Onoda e aos outros dois homens que a guerra tinha terminado há muito tempo e que Exército imperial tinha sido derrotado. Mas Onoda nunca acreditou que isso fosse verdade e continuou com os seus dois companheiros a vigiar instalações militares e, em certas ocasiões, a atacar soldados filipinos.
Para Onoda, a guerra não tinha terminado, o Império não podia ter sido derrotado! E quando, os B-52 americanos sobrevoaram as selvas filipinas em direção ao Vietnã, sua convicção  de que os combates continuavam, cresceu ainda mais.
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Onoda permaneceu por quase 30 anos escondido na selva, para sobreviver, ele roubava arroz e bananas de moradores locais, e abatia vacas para obter carne.
Depois da morte de um dos seus companheiros, as autoridades de Tóquio e de Manila continuaram à procura dos dois homens que permaneciam na selva há dez anos. Finalmente as buscas foram dadas como terminadas em 1959, já que as autoridades dos dois países se convenceram de que os dois soldados estavam mortos. Mas, em 1972, eles reaparecem para atacar tropas filipinas. Onoda consegue fugir, mas o seu último companheiro é morto.
Tóquio, capital do Japão democratizado e em pleno desenvolvimento econômico, decide então enviar membros da própria família de Onoda para o tentarem convencer a pôr fim aos combates, mas em vão. Posteriormente, Onoda explicaria ter acreditado que seus parentes tinham sido enviados por um regime-fantoche instalado pelos Estados Unidos em Tóquio.

Finalmente, foi preciso o seu ex-comandante embrenhar-se na selva para lhe ordenar que depusesse as armas e se rendesse. Em 1974, o governo do japonês encontrou o oficial comandante de Onoda, Major Yoshimi Taniguchi, que havia se tornado um livreiro. Taniguchi foi para Lubang e informou a Onoda da derrota do Japão na Segunda Guerra e ordenou-lhe a depor armas. Onoda saiu da selva 29 anos após o término da Segunda Guerra Mundial e aceitou a ordem do oficial comandante vestindo seu uniforme e espada, com seu rifle Arisaka 99 ainda em condições operacionais, com 500 cartuchos de munição e diversas granadas de mão, bem como a adaga que sua mãe havia lhe dado em 1944 para a proteção.

O governo filipino concedeu-lhe o perdão, embora muitos em Lubang nunca o tenham perdoado pelas 30 pessoas que ele matou durante a sua campanha na ilha.
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Onoda entrega sua espada ao presidente Ferdinand Marcos, em sinal de sua rendição, em 11 de março de 1974.

Hiroo Onoda era o último de dezenas de soldados japoneses que, nos quatro cantos da Ásia, recusando acreditar na derrota, decidiram continuar a lutar em nome do imperador Hirohito, muito depois da capitulação anunciada por este último no dia 15 de Agosto de 1945. Ficaram conhecidos como "holdouts",  “os loucos do Imperador”.
No seu regresso ao Japão em 1974, Hiroo Onoda explicou que durante os 30 anos que tinha passado no coração da selva filipina, só tinha uma única coisa em mente: “Executar as ordens”. Mas o Japão que Onoda encontrou já não era o país que ele conhecia: triunfante, conquistador, imperial. O Império tinha sido vencido, é certo, mas o país reconstruía-se a ritmo acelerado. E, acima de tudo, o Japão era agora um país pacifista, com uma Constituição made in USA em vigor desde 1947.
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Hiroo Onoda retornou ao Japão como um herói, embora ele e seus companheiros tivessem matado cerca de 30 filipinos após o fim da Segunda Guerra Mundial.
Depois de um período passado numa fazenda no Brasil, Onoda regressa ao Japão. Em 1984, inaugura um campo de juventude onde ensina técnicas de sobrevivência, como aquelas que o ajudaram a manter-se vivo durante 30 anos no inferno da selva.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Cobra listrada é confundida com pulseira na Escócia

  • Há 3 horas
Réptil foi encontrado por lixeiros quando removiam sofá velho
Uma cobra listrada foi confundida com uma pulseira por garis que removiam um antigo sofá do lixo.
O caso aconteceu na cidade de Aberdeen, no leste da Escócia.
A filial escocesa da SPCA (Sociedade para Prevenção da Crueldade contra os Animais, em tradução livre), entidade de apoio aos animais sediada no Reino Unido, procura, agora, o dono do réptil.
A instituição foi chamada depois que o filhote de Pantherophis, também conhecida como cobra-do-milho, foi encontrado por garis do lado de fora de uma casa.
O animal foi apelidado de Mac.
Kim Butrym, que participou da operação de resgate, afirmou que cobras são especialistas em fuga.
"Mac foi descoberto por dois lixeiros durante a remoção de um sofá velho. Ele se enfiou no meio das almofadas e só foi descoberto quando começou a se mexer. Antes disso, os homens pensavam se tratar de uma pulseira", disse.
"Mac é muito dócil e é impossível que alguém o tenha perdido."
A cobra está agora sob os cuidados do centro de resgate de animais da SPCA. Se ninguém vier buscá-lo, o réptil terá de ser encaminhado a uma nova casa, informou a instituição.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014



Londres terá encontro entre o "maior grandão" e o "menor baixinho" do mundo

Do UOL


  • Guinness Book/Divulgação
No próximo dia 13 de novembro, Londres será palco de um encontro entre duas pessoas separadas por uma grande diferença. Uma diferença de 1,92 metro, para ser mais preciso.
Será a primeira vez em que se encontrarão ao vivo o turco Both Sultan Kösen e o nepalês Chandra Dangi, que participarão das celebrações do Guinness World Records Day na capital inglesa.
Com 2,46 metros de altura, Sultan foi reconhecido pelo Guinness em 2009 como a pessoal mais alta do mundo, e mantém o título até hoje. Ele detém ainda a marca de "pessoa com a maior mão", cada uma delas com 28,5 cm do punho à ponta do dedo médio.
Suas duas mãos juntas superam a altura de Chandra, que ocupa o outro extremo da escala com meros 54,6 cm e é a pessoa adulta mais baixa já registrada pelo Guinness.

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Os recordes (e tentativas) de 2014181 fotos

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27.out.2014 - O recorde de maior camiseta do mundo foi quebrado no Brasil, na cidade de Navegantes (SC). A enorme camiseta rosa mede 93,2 m de altura por 62,73 m de comprimento e pesa impressionantes 4.500 kg. Ela foi feita para as celebrações do Mês de Conscientização sobre o Câncer de Mama. E ainda é ecologicamente correta: foi feita com 50% de algodão e 50% de material reciclado a partir de garrafas PET. Aproximadamente 11 mil horas de trabalho foram necessárias. Para se ter uma ideia, a camisetona pode cobrir por completo três campos de futebol. Após a verificação do recorde, a super camiseta será reciclada e transformada em 10 mil camisetas de tamanho convencional que serão vendidas e a renda convertida para uma instituição de prevenção ao câncer Reprodução/Facebook/Guinness World Records

Dia de recordes

A data do encontro marca os 60 anos da criação do livro de recordes mais famoso do mundo e é celebrado como o "dia internacional da quebra de recordes".
Vários desafios estão previstos. Entre eles, a tentativa de marcar a mais distante cesta de basquete lançada de costas (recorde atual de 22 metros) e o maior número de disparos de arpão embaixo d'água em um minuto (recorde de 7).
Além dessas, a expectativa é grande para a superação de recordes como o maior alinhamento ininterrupto de bolos (606 metros) e a improvável marca de maior reunião de pessoas vestidas de pinguim (325 pessoas).


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segunda-feira, 11 de agosto de 2014


Nos EUA, casal transgênero tem 'pai grávido' e mãe drag queen

Do UOL, em São Paulo
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  • Reprodução/Daily Mail
    Bianca Bowser (esq.), 32, que trabalha como drag queen, nasceu como 'Jason'. Já Nick Bowser, 27, nasceu como 'Nicole', e ficou ''grávido'' duas vezes Bianca Bowser (esq.), 32, que trabalha como drag queen, nasceu como 'Jason'. Já Nick Bowser, 27, nasceu como 'Nicole', e ficou ''grávido'' duas vezes
Um casal transgênero do Kentucky, nos Estados Unidos, resolveu conceber dois filhos usando suas identidades sexuais originais. O pai, nascido mulher, ficou "grávido", enquanto ela, que nasceu homem, é chamado de "mãe" pelas crianças". Assim, eles não precisaram recorrer à adoção nem barriga de aluguel.
Bianca Bowser, 32, que trabalha como drag queen, nasceu como "Jason", e decidiu assumir a identidade transgênera como mulher há 11 anos. Já Nick Bowser, 27, nasceu como "Nicole", mas vive há sete anos como se fosse um homem. Os dois vivem juntos desde 2009.
Ambos mantiveram os órgãos sexuais originais porque não puderam arcar com cirurgias de mudança de sexo. Segundo o "Daily Mail", uma cirurgia para transformar o órgão masculino em feminino pode custar até R$ 57 mil. Já a cirurgia para mudar o órgão feminino para masculino é mais cara: pode custar até R$ 114 mil.
Como queriam ter filhos, Nick ficou "grávido" da mulher, Bianca. Os dois são pais de Kai, 3, e Pax, que ainda vai completar um ano. Justamente pela pouca idade dos filhos, eles ainda não contaram às crianças sobre a "troca de papéis". "As crianças atualmente não têm ideia. E estranhos nunca desconfiam em restaurantes ou lojas", diz Bianca.
O casal diz que pensa em contar a verdade aos dois quando Pax tiver por volta de 6 anos e Kai, 9, "idade suficiente para entenderem" a situação.
"Não me preocupo como eles vão reagir. Não tratamos isso como algo ruim. E crianças pequenas tentem a ser compreensivas e sem preconceito", acredita Bianca.
Reprodução/Daily Mail
Bianca (esq.), segura o filho Pax, que tem menos de 1 ano; Nick carrega Kai, 3
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Concurso de beleza transexual e travesti é realizado na Tailândia13 fotos

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1º.nov.2013 - A ganhadora do concurso de beleza transexual e travesti Miss Rainha Internacional 2013 foi a candidata brasileira, Marcela Ohio. O evento foi realizado no teatro Tiffany"s Show de Pattaya, na Tailândia, nesta sexta-feira (1º). Um total de 23 candidatas de 17 países participaram do concurso Narong Sangnak/EFE

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domingo, 10 de agosto de 2014

Crescem os casos de filhos com 'pais em dobro' na certidão de nascimento



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"Quero ter o nome dos dois, porque os dois são meus pais." A frase, dita por uma criança durante um processo de reconhecimento de paternidade, pegou de surpresa a promotora Priscila Matzenbacher, de Rondônia.
Tudo começou após a criança, aos seis anos, descobrir pela mãe que seu pai biológico era outro –não aquele com quem convivia. Anos depois, o genitor foi à Justiça para mudar a certidão.
Ao saber que um dos "pais" sairia do registro, a garota começou a chorar. "Constatei que havia ali uma multiparentalidade", diz a promotora.
Diante do impasse, veio o pedido: reconhecer ambos oficialmente como pais. Uma alternativa que tem ganhado força em diversos tribunais.
Aos poucos, mais filhos recorrem à Justiça para ter, na certidão de nascimento, o nome de uma mãe e dois pais –ou de um pai e duas mães.
A maioria das decisões é relativa à paternidade. São casos em que os filhos foram criados pelos "pais afetivos" –sem perder o vínculo com os pais biológicos.
Segundo o IBDFAM (Instituto Brasileiro de Direito de Família), o primeiro reconhecimento dos "pais em dobro" ocorreu em março de 2012, também em Rondônia.
Editoria de Arte/Folhapress
De lá para cá, a Folha encontrou ao menos outras 18 ações que tiveram resultados semelhantes, distribuídas em 12 Estados. Todos os processos correm em sigilo.
"Antes uma coisa excluía a outra. Se colocava o nome de um pai, excluía o outro. E aí se chegou à visão mais moderna, de que não preciso julgar e escolher entre um deles, posso somar", diz Rodrigo Pereira, presidente do IBDFAM.
Segundo ele, o instituto planeja pedir ao Conselho Nacional de Justiça que regulamente a medida e autorize os cartórios a incluir, por conta própria, "duplos pais" no registro –sem que precisem do aval de um juiz para isso.
 
REGISTRO TRIPLO
Com a inclusão de um segundo pai –ou mãe– na certidão, os filhos podem alterar o sobrenome e receber pensão alimentícia e herança. Também podem ser incluídos no plano de saúde.
"Muitos ainda consideram loucura. Mas a Justiça não está criando nada, só está reconhecendo uma situação que já existe", diz Matzenbacher.
Apesar de positivo, o avanço no reconhecimento das famílias "multiparentais" traz o risco de "casos oportunistas", afirma o advogado Christiano Cassettari, estudioso do tema.
"Muitas pessoas podem querer ter mais um pai só para conseguir melhor condição financeira", afirma ele.

domingo, 13 de julho de 2014

Na paixão da guerra, um herói de caráter


Ao final de um mês de paixões, tristezas, alegrias e cavalheirismo, aqui vai uma história na qual esses ingredientes se misturaram no pior dos cenários, o da guerra. Em março de 1946, um ano depois da derrota da Alemanha, Franz Stigler estava em busca de trabalho quando foi reconhecido pela boa qualidade de sua botas.
Eram as botas dos pilotos da Luftwaffe, aqueles que, segundo a propaganda do governo, salvariam a Alemanha da derrota. Dos 28 mil pilotos do Reich, haviam sobrado só 1.200, mas ele foi reconhecido e insultado pelos compatriotas. Esse pedaço da vida mostrou-lhe que as botas da glória haviam-se transformado em marca de opróbrio. Franz não era um homem qualquer, mas, em 1946, ninguém haveria de se lembrar dele.
Salvo Charlie Brown. Três anos antes, Franz pilotava um caça Bf-109, protegendo o norte da Alemanha, quando alcançou um B-17 de uma esquadrilha que bombardeara a região de Bremen. O avião americano estava em pandarecos. Ele podia ver tripulantes feridos e rombos na fuselagem. Tirou o dedo do gatilho e emparelhou seu caça com o bombardeiro.
Aquele avião não podia estar voando. Charlie Brown, o piloto do B-17, esperava apenas pelos últimos tiros. Viu o piloto alemão movendo a cabeça num incompreensível sinal afirmativo e achou que estivesse sonhando. Franz escoltou o B-17 durante dez minutos. Quando ele se aproximou da costa da Inglaterra, balançou as asas e voltou para a base alemã: "Não se atira em paraquedista. O avião estava fora de combate. Eu não carregaria isso na consciência".
Charlie contou aos seus superiores o que lhe acontecera, mas mandaram-no ficar calado, pois propagaria um episódio capaz de comover os colegas com a ideia de que havia alemães civilizados.
Franz sobreviveu à guerra, mudou-se para o Canadá e só contou sua história em 1985. Não sabia o que acontecera ao B-17. De 12 mil bombardeiros, 5.000 haviam sido destruídos em combate.
Na outra ponta, Charlie Brown, que vivia na Flórida, sonhava em encontrar aquele alemão. Escreveu uma carta para uma revista, descrevendo o estado de seu avião, com o cuidado de omitir um importante detalhe. Em 1990 os dois encontraram-se. Franz tinha 75 anos, e Charlie, 68. O alemão lembrou-lhe que o B-17 estava com o estabilizador destruído. Era o detalhe omitido.
Pouco depois, todos os sobreviventes do B-17 reuniram-se, levando suas famílias. Eram 25 homens e crianças que deviam a vida a um homem que não apertou o gatilho. Franz morreu em março de 2008. Charlie, em novembro.

Serviço: Essa história está contada no livro "A Higher Call", de Adam Makos (custa US$ 9,99, na rede), e vai virar filme.

sábado, 5 de abril de 2014



Ao lado de Mujica, novo mandatário nepalês é o mais pobre do mundo   

4/4/2014 13:50
Por Redação, com RT - de Moscou



Sushil Koirala veio de uma família muito rica, mas leva uma vida simples e austera
Assim, como Mujica, Sushil Koirala veio de uma família muito rica, mas leva uma vida simples e austera
O presidente uruguaio, José Mujica, não está mais no alto da lista dos ‘líderes políticos mais pobres do mundo’. O novo campeão de humildade agora está na Ásia.
Mujica, o ‘Pepe’, como é carinhosamente conhecido em seu país, é muito querido dentro e fora do Uruguai por levar um estilo de vida longe do consumismo e por ser um político pouco convencional. Usa chinelos em solenidades chiques, liberou o cultivo e o consumo de maconha, o aborto e, recentemente, baixou uma lei para punir quem maltrata os animais. Ele doa 90% de seu salário, de aproximadamente US$ 12 mil, para organizações sociais e, até pouco tempo atrás, detinha o título de ‘presidente mais pobre do mundo’.
Agora, no entanto, o recém-empossado primeiro-ministro do Nepal, Sushil Koirala, é o mandatário mais pobre do planeta, segundo o diário norte-americano The Washington Post. Koirala chegou ao poder em 11 de fevereiro e sempre foi conhecido por seu estilo simples de vida, sempre muito austero. Embora pertença a uma família muito rica, recusou-se a receber sua parte na herança do pai, após o falecimento. Não é dono de terras e, antes de se mudar para o palácio presidencial, morava em uma casa alugada na capital Catmandu.
Desde que assumiu o cargo de primeiro-ministro tem demonstrado, em gestos de humildade e sensatez, que a justiça social é sua meta. Segundo a agência britânica de notícias BBC, Koirala devolveu, recentemente, US$ 650 que lhe haviam emprestado para viajar à capital da Birmânia, Naypyidaw. Em sua página, na internet, informa que os únicos bens dos quais utiliza são três celulares, um dos quais não funciona muito bem. Tal qual Mujica, a única propriedade em seu nome é um antigo VW ‘fusca’, de acordo com a declaração anual do imposto de renda.
Os dois mandatários têm outros pontos em comum. Suas idades superam os 70 (Koirala tem 74 e Mujica, 78). Ambos também viveram uma juventude bastante agitada. O presidente uruguaio foi integrante de um movimento guerrilheiro, o grupo Tupamaros, e o seu colega nepalês passou um tempo na cadeia, após a participação no sequestro de uma aeronave.

quarta-feira, 5 de março de 2014

Descoberto vírus gigante congelado há mais de 30 mil anos na Sibéria
 
 
Capaz de infectar amebas, mas inofensivo para humanos e animais é facilmente visível com um microscópio óptico

AFP

Sibéria - Um novo tipo de vírus gigante, chamado Pithovírus, sobreviveu por mais de 30 mil anos congelado em uma camada de permafrost na Sibéria, sendo contemporâneo à extinção dos neandertais, de acordo com estudo publicado nas Atas da Academia Nacional de Ciências de Estados Unidos (PNAS).

Capaz de infectar amebas, mas inofensivo para humanos e animais, esse vírus elevou para três o número de famílias de vírus gigantes conhecidos, ressaltam os autores dessa pesquisa divulgada na segunda-feira.

Descoberto no solo permanentemente gelado do extremo norte-oriental da Sibéria, o Pithovírus é muito diferente dos outros vírus gigantes conhecidos, como o Mimivirus -família Megaviridae, o primeiro vírus gigante descoberto em 2003, ou o Pandoravírus, caracterizado na revista "Science" em julho passado.

Os vírus gigantes (de diâmetro superior a 0,5 milionésimos de metro) são, ao contrário dos outros vírus, facilmente visíveis com um simples microscópio óptico.

Esses vírus contêm um grande número de genes em comparação com os vírus comuns, como os da gripe, ou da Aids, que contêm apenas uma dúzia. Seu tamanho e seu genoma são comparáveis ao de muitas bactérias, podendo, inclusive, excedê-las.

"A demonstração de que os vírus enterrados na terra há mais de 30 mil anos possam sobreviver e continuar sendo infecciosos sugere que o derretimento do permafrost, devido ao aquecimento global e à exploração mineradora e industrial do Ártico, pode significar um risco para a saúde pública", disse Jean-Michel Claverie, do laboratório IGS-CNRS de Marselha, França, coautor do estudo.
 
Possibilidade de reaparição do vírus

A possibilidade do ressurgimento de vírus considerados erradicados - como o da varíola, que se multiplica de maneira similar ao Pithovírus -, a partir dessa grande geladeira que é o permafrost, já não é mais um cenário de ficção científica, afirmou Claverie, ressaltando que a varíola fez estragos na Sibéria.

O laboratório IGS-CNRS faz um estudo de "metagenômica" do permafrost que permitirá avaliar o risco.

"Trata-se da busca de DNA, ou seja, as impressões genéticas de vírus (ou de bactérias) patogênicos para os seres humanos para ver se, por exemplo, há rastros de varíola nas amostras dessa camada de permafrost coletadas a 30 metros de profundidade", disse o pesquisador.

Esse processo é seguro, já que é realizado apenas nas impressões que vão ser comparadas com as de bancos de dados já existentes, explicou.

Essa descoberta destaca como o conhecimento da biodiversidade microscópica continua sendo parcial, afirmam os cientistas.

A região de Chukotka, de onde provém o novo vírus gigante, inclui grandes reservas de petróleo, gás natural, carvão, ouro e tungstênio.

O estudo reuniu pesquisadores franceses de Marselha e Grenoble e uma equipe da Academia de Ciências da Rússia.

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Brasil surpreende em 2013 com expansão de 2,3%, mas 2014 deve ser mais difícil

Brasil surpreende em 2013 com expansão de 2,3%, mas 2014 deve ser mais difícil

27/02/2014 - 11:33
Reuters
 

Por Rodrigo Viga Gaier

RIO DE JANEIRO, 27 Fev (Reuters) - A economia brasileira surpreendeu no final do ano passado ao crescer mais do que o esperado, evitando que o país entrasse em recessão técnica, mas os resultados ainda não são suficientes para uma mudança geral das expectativas de um 2014 mais fraco.
O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 0,7 por cento no quarto trimestre de 2013 na comparação com os três meses anteriores, com destaque para o setor de serviços e o consumo do governo e das famílias, que apresentaram expansão.
Em relação ao quarto trimestre de 2012, o avanço foi de 1,9 por cento, fechando 2013 com expansão de 2,3 por cento, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira.
Em 2012 a economia havia crescido 1,0 por cento.
A mediana de previsões de analistas consultados pela Reuters apontava para crescimento de 0,3 por cento do PIB sobre o terceiro trimestre de 2013, de 1,6 por cento sobre o quarto trimestre de 2012 e de 2,2 por cento em 2013 como um todo.
O país poderia ter entrado em recessão técnica --quando há retração por dois trimestres seguidos-- no final do ano passado porque no terceiro trimestre de 2013 o PIB havia encolhido 0,5 por cento sobre o período imediatamente anterior. A última vez que o país viveu essa situação foi no final de 2008 e início de 2009, auge da crise financeira internacional.
O resultado do trimestre passado sobre os três meses anteriores veio com a expansão do setor de serviços (0,7 por cento) e do consumo das famílias (0,7 por cento) e do governo (0,8 por cento). A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) --medida de investimentos-- também mostrou resultado positivo, de 0,3 por cento.
Nesta comparação, no entanto, a agropecuária ficou estagnada e a indústria encolheu 0,2 por cento, um sinal de fraqueza que chamou a atenção dos especialistas.
"A queda da indústria deixa evidente que o que está mantendo o país com uma taxa de crescimento apenas moderada são os problemas no campo da oferta e isso deve continuar neste ano", disse o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, que vê expansão de 1,8 por cento do PIB em 2014.
O fim de 2013 havia surpreendido pelos fracos resultados na indústria e no varejo, que também jogaram água fria sobre as expectativas de recuperação em 2014, um ano eleitoral e que pode dificultar ainda mais a vida da presidente Dilma Rousseff, que vai tentar a reeleição.
A confiança do consumidor também iniciou o ano mostrando fraqueza. Em fevereiro, atingiu seu menor nível desde maio de 2009.
"O mercado esperava uma queda no investimento, o que não aconteceu. É possível que o aumento do investimento tenha a ver com maiores estoques. Assim, devemos ter um número mais fraco do PIB no primeiro trimestre", afirmou o economista da gestora de recursos Saga Capital Gustavo Mendonça. "O ano começou com muita incerteza."
ANO FECHADO
Em 2013 como um todo, a FBCF --medida de investimentos-- foi a boa notícia, com crescimento de 6,3 por cento sobre o ano anterior, que passou a ter participação positivo no resultado anual, de 1,3 ponto percentual. Também se destacou o setor agropecuário, com alta de 7 por cento no período, mas que tem um peso menor no PIB do que Indústria e Serviços.
O consumo do governo teve expansão de 1,9 por cento no ano passado, enquanto que o das famílias, de 2,3 por cento. Neste caso, apesar de ter respondido por 1,4 ponto percentual do PIB de 2013, foi o pior resultado desde 2003, influenciado pelos juros mais elevados e pelo câmbio.
Para 2014, os especialistas, segundo última pesquisa Focus do Banco Central, apontam que o PIB deve crescer ainda menos, apenas 1,67 por cento, expectativas que vêm se deteriorando a cada dia. No final do ano passado, elas indicavam crescimento de 2 por cento.
O IBGE informou ainda que as exportações de bens e serviços cresceram 2,5 por cento no ano passado sobre 2012, enquanto as importações de bens e serviços tiveram expansão de 8,4 por cento no período.
(Reportagem adicional de Felipe Pontes, no Rio de Janeiro, Camila Moreira, Bruno Federowski e Asher Levine, em São Paulo)

QUARTA-FEIRA, 26 DE FEVEREIRO DE 2014

Humberto Costa diz que ideias do PSDB levaram o Brasil para o buraco

Publicado em 26/02/2014 às 8:38 por  em Eleições,Notícias
Foto: Pedro França/Agência Senado
Foto: Pedro França/Agência Senado
 
Líder do PT no Senado, o pernambucano Humberto Costa (PT) tomou para si a defesa dos governos de Lula e Dilma das críticas disferidas nessa terça-feira (25) pelo presidenciável mineiro Aécio Neves (PSDB). Na tribuna da Casa, o senador petista afirmou que a oposição não é capaz de realizar as mudanças que o Brasil precisa e atacou o PSDB, afirmando que as ideias da legenda levaram o Brasil para o buraco durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
“Quando vejo as propostas dos tucanos e do seu candidato a presidente da República, vejo tão somente a repetição dos mesmos princípios, das mesmas ideias que levaram o Brasil para o buraco”, afirmou Humberto. No Senado, uma solenidade marcava os 20 anos do Plano Real e exaltava a figura de FHC. Em coro, os tucanos criticaram a condução da economia pelo PT.
“Quem consegue construir a dignidade mínima obviamente cria outras necessidades que precisam ser atendidas, mas nós não vamos atender a essas necessidades com governos que não têm sensibilidade social, com governos que aprofundam desigualdades, com governos que acham que o papel do Estado é tão somente o de fazer com que as forças do mercado possam reger as leis da nossa economia”, disparou o petista.
Pernambuco
Com o discurso do legado petista em Pernambuco na ponta da língua, Humberto ainda questionou a falta de prioridade dada pelo PSDB ao Estado na época de FHC. ”O que fizeram os governos tucanos para atender e o povo do meu Estado? Não se sabe. Mas os governos Lula e Dilma fizeram Pernambuco crescer. Nós levamos uma refinaria, nós levamos um Polo Petroquímico, nós levamos dois estaleiros, nós levamos a Fiat”, listou.